Grande parte das discussões sobre a questão das cotas sociais para o ingresso em universidades públicas se baseia na crença de que a qualidade da escola freqüentada pelo estudante candidato ao vestibular exerce uma grande influência em suas chances de sucesso.
Nossa pretensão com o presente texto é desmentir essa crença com base no exemplo da cidade norte-americana de Chicago, que pode ser conferido no capítulo 5 do livro Freackonomics de Steven D. Levitt. Vejamos o que aconteceu em Chicago:
Em1954 a Suprema Corte dos Estados Unidos da América ordenou a dessegregação racial nas escolas daquele país. Sabemos que antes dessa decisão, os estudantes negros obtinham resultados piores nos exames de aprendizado. Após a dessegregação, esperava-se que os resultados dos estudantes negros melhorassem. No entanto, o que de fato ocorreu, foi que a maioria dos estudantes negros permaneceram em escolas cuja maioria dos estudantes era negra, as mesmas escolas que apresentavam resultados inferiores antes da decisão de 54.
No entanto, o poder público tratou de criar mecanismos para tentar integrar melhor as escolas da cidade. A partir de então, os estudantes daquela cidade passaram a poder se matricular em qualquer escola que desejassem. No entanto, para evitar a mudança de um número excessivo de estudantes para as escolas com melhores índices de aprendizado, e garantir a justiça no sistema, as vagas de transferência foram limitadas e definidas por sorteio.
Assim, alguns dos estudantes que tentaram se mudar para uma escola melhor conseguiram, enquanto outros não. Pelo senso comum, tenderíamos a acreditar que os estudantes que se transferiram para escolas melhores melhoraram seus rendimentos ao contrário do que aconteceria com os estudantes que foram mantidos nas escolas piores.
No entanto, o que se percebeu foi que a mudança de escola não fez praticamente nenhuma diferença. O desempenho dos estudantes que se transferiram para uma escola melhor não foi superior ao rendimento dos estudantes que tentaram se transferir para uma escola melhor e não conseguiram pelo sorteio. O que se notou, foi que o desempenho dos estudantes que se dispuseram a trocar de escola, procurando uma escola melhor, foi superior ao dos que não tentaram se transferir, independentemente da transferência ter sido ou não efetivada.
A conclusão que podemos tirar desse exemplo, é a de que de fato o que faz diferença no desempenho de um estudante é a sua dedicação, ou mesmo a sua preocupação, ou a preocupação de seus pais com seus estudos, e não necessariamente a qualidade das escolas onde estudaram. Nesse sentido, podemos dizer que a desvantagem que faz com que os estudantes oriundos de escolas publicas têm em relação aos estudantes oriundos de escolas privadas no Brasil, não é a qualidade da escola, mas a simples disposição demonstrada, pelo estudante, ou por seus pais em lhe proporcionar uma melhor educação.
Esse argumento, no entanto, não diminui a injustiça provocada pela desigualdade social no que diz respeito ao ingresso em universidades públicas. O problema dos estudantes mais pobres, não é a impossibilidade em pagar as mensalidades das escolas privadas, mas a inviabilidade, provocada pela pobreza, de ter uma educação mais dedicada.
Nossa pretensão com o presente texto é desmentir essa crença com base no exemplo da cidade norte-americana de Chicago, que pode ser conferido no capítulo 5 do livro Freackonomics de Steven D. Levitt. Vejamos o que aconteceu em Chicago:
Em
No entanto, o poder público tratou de criar mecanismos para tentar integrar melhor as escolas da cidade. A partir de então, os estudantes daquela cidade passaram a poder se matricular em qualquer escola que desejassem. No entanto, para evitar a mudança de um número excessivo de estudantes para as escolas com melhores índices de aprendizado, e garantir a justiça no sistema, as vagas de transferência foram limitadas e definidas por sorteio.
Assim, alguns dos estudantes que tentaram se mudar para uma escola melhor conseguiram, enquanto outros não. Pelo senso comum, tenderíamos a acreditar que os estudantes que se transferiram para escolas melhores melhoraram seus rendimentos ao contrário do que aconteceria com os estudantes que foram mantidos nas escolas piores.
No entanto, o que se percebeu foi que a mudança de escola não fez praticamente nenhuma diferença. O desempenho dos estudantes que se transferiram para uma escola melhor não foi superior ao rendimento dos estudantes que tentaram se transferir para uma escola melhor e não conseguiram pelo sorteio. O que se notou, foi que o desempenho dos estudantes que se dispuseram a trocar de escola, procurando uma escola melhor, foi superior ao dos que não tentaram se transferir, independentemente da transferência ter sido ou não efetivada.
A conclusão que podemos tirar desse exemplo, é a de que de fato o que faz diferença no desempenho de um estudante é a sua dedicação, ou mesmo a sua preocupação, ou a preocupação de seus pais com seus estudos, e não necessariamente a qualidade das escolas onde estudaram. Nesse sentido, podemos dizer que a desvantagem que faz com que os estudantes oriundos de escolas publicas têm em relação aos estudantes oriundos de escolas privadas no Brasil, não é a qualidade da escola, mas a simples disposição demonstrada, pelo estudante, ou por seus pais em lhe proporcionar uma melhor educação.
Esse argumento, no entanto, não diminui a injustiça provocada pela desigualdade social no que diz respeito ao ingresso em universidades públicas. O problema dos estudantes mais pobres, não é a impossibilidade em pagar as mensalidades das escolas privadas, mas a inviabilidade, provocada pela pobreza, de ter uma educação mais dedicada.